21 Dez, 11

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Ilézio Inácio Ferreira, prevê que no ano de 2012, o mercado imobilário de Goiânia e região continuará aquecido. Segundo estimativas do presidente, esse ano será marcado por um aumento nas vendas em cerca de 10%, comparado com o ano de 2011, quando mais de 14 mil unidades foram comercializadas.

Presidente aponta perspectivas para o mercado imobiliário em 2012

Apesar de estar acima da projeção do crescimento da economia para 2012, que foi estimada em 3,3% pelo Banco Central, a expectativa da Ademi é menor do que o crescimento verificado em 2010 (quando foram vendidas 10.512 unidades), que é de cerca de 33%. “Mudou-se o patamar de referência. Se crescermos 10% em comparação a 2011 e anos anteriores, é um número muito bom”, justifica Ilézio Inácio Ferreira, que também é Diretor-Presidente da Consciente Construtora e Incorporadora, fundada em 1982.

Esse crescimento nas vendas é atribuído à mudança dos hábitos da população, ao abrandamento das políticas de financiamento e aos pesados investimentos no setor da construção civil. Nos últimos quatro anos, a demanda por habitação cresceu graças a uma farta disponibilidade de crédito com taxas de juros razoáveis e à criação do programa Minha Casa Minha Vida. Uma mudança de hábito significativa, segundo o presidente, é o fato de que mais pessoas estão morando sozinhas, em famílias pequenas ou deixando moradias em situação precária.

O presidente reconhece que os programas governamentais são importantes para impulsionar o mercado imobiliário, mas defende a independência do mercado. “O subsídio é uma iniciativa louvável, que cria acesso a população de baixa renda, mas se ele não existisse o mercado conseguiria sustentar esse desenvolvimento”, afirma Ilézio. Por outro lado, maiores investimentos em infraestrutura, como saneamento e eletricidade, são cobrados pelos representantes do setor, pois são itens fundamentais para o desenvolvimento do mercado da habitação.

Ilézio FerreiraIlézio não se mostra espantado com o recente ´boom´ do mercado imobiliário local nos últimos anos. Segundo ele "é um crescimento saudável e sustentável. Dizem que estamos construindo uma bolha, que daqui a pouco não vai haver mais comprador, que o preço está nas alturas, mas não existe nada disso. A demanda é grande por conta do crescimento econômico.

Mesmo em épocas de crise econômica, o mercado imobiliário consegue se sustentar por mais tempo por ter um “longo tempo de maturação”. “Se não vendemos no lançamento, a venda acontece durante a construção ou no fim da obra”, destaca, reconhecendo que, caso a crise influencie o poder de compra do consumidor, toda a economia pode sofrer problemas. “Mas não vemos nenhuma possibilidade de isso acontecer”, completa.

Os empreendimentos voltados à classe C, principal beneficiada pelo programa Minha Casa Minha Vida, são a principal aposta da Ademi para este ano.“Sem dúvida, produtos voltados para esse faixa de poder aquisitivo vão ter melhores desempenhos”, afirma Ilézio. Unidades habitacionais menores, para moradores únicos ou famílias com poucos membros, além dos empreendimentos de alto luxo também foram apontados como tendências do ano.

Em resposta ao questionamento feito sobre o alinhamento entre o crescimento do mercado imobiliário com a mobilidade urbana, Ilézio aponta o trabalho desenvolvido pelo Instituto Cidade e pelo Fórum de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de Goiânia, organizações que têm como objetivo estudar e promover ações educativas sobre o uso do espaço urbano local.

O presidente ressalta que em 2012 a aprovação, pelo Ministério das Cidades, dos projetos Bus Rapid Transit (BRT) no eixo Norte-Sul de Goiânia, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera e Eixos Arteriais nas demais avenidas movimentadas da cidade trazem um enorme benefício para a capital e região. Ilézio conta que as verbas para a execução dos projetos neste ano já estão asseguradas. Segundo ele, o planejamento da mobilidade na cidade é o principal passo para retirar os carros da rua. “O que causa o problema no trânsito são os veículos, e não os prédios e as casas”, afirma.

Fonte: A Redação